Mergulho pela Baía de Guanabara revela animais marinhos raros
Em seu primeiro mergulho após quase 80 dias de quarentena, o biólogo e documentarista Ricardo Gomes pode registrar bem de perto espécies raras de animais marinhos na Baía de Guanabara. Uma riqueza de vida marinha tão grande que o surpreendeu, mesmo com mais de três décadas de experiência no local.
Ricardo Gomes é um mergulhador experiente. Mergulha na Baía de Guanabara desde os anos 80. Profissionalmente, desde 1989, mas nunca havia tido uma experiência na Baía de Guanabara como a do último mergulho de 10 de junho de 2020. Ele registrou, em um único mergulho, o colorido vibrante dos corais, o amarelo das esponjas, um casal fotogênico de peixe-borboleta, o rosa do peixe falso-voador, o laranja das estrelas do mar, o azul de caranguejos e o negro do peixe-anjo. Há um mundo de cores além das do arco-íris no fundo da Guanabara.
As cenas filmadas próximo ao costão do Pão de Açúcar, na Zona Sul do Rio, chamaram a atenção do mergulhador que já carrega quase 40 anos de experiência. “Fiquei tão maravilhado com o que vi que usei até a última respirada do tanque de oxigênio. Não queria sair da água. A água nem estava tão limpa, mas a Baía surpreende. Flagrei peixes que nunca havia visto lá, como o budião-batata, que tem registros para o local, mas é muito difícil de fotografar por ser extremamente arisco” — afirma Ricardo Gomes, que é diretor do Instituto Mar Urbano, dedicado à preservação dos ecossistemas marinhos costeiros.
No entanto, segundo o biólogo, a riqueza da vida marinha (só de peixes são 202 espécies) vista em função das águas mais claras, não é sinal de menos poluição na Baía de Guanabara, já que o despejo de esgoto em natura permaneceu durante o isolamento social. Ricardo Gomes explica que o que permitiu a maior transparência foram duas grandes ressacas que atingiram a costa, trazendo água limpa do oceano para a Baía. A menor frequência de banhistas e embarcações na região, também teriam provocado a reaproximação dos animais.
“Há menos gente e isso parece ter deixado os animais mais à vontade. Mesmo o fenômeno que deixou transparentes as águas normalmente turvas da Enseada de Botafogo em abril e voltou a se repetir em maio não está relacionado a uma suposta redução da poluição devido ao distanciamento social. A principal fonte de poluição da Baía é o esgoto doméstico, que não foi reduzido.”, explica o biólogo.
Autor dos documentários “Mar urbano” e “Baía urbana”, Ricardo Gomes estava sem mergulhar desde 24 de março, quando a quarentena no Rio foi iniciada. Voltou na noite do dia 10 de junho, na Praia Vermelha, e nos presenteou com fotos incríveis das mais diversas espécies de animais marinhos.
Mergulho pela Baía de Guanabara revela animais marinhos raros. Foto: Ricardo Gomes
Mergulho pela Baía de Guanabara revela animais marinhos raros. Foto: Ricardo Gomes
Mergulho pela Baía de Guanabara revela animais marinhos raros. Foto: Ricardo Gomes
Mergulho pela Baía de Guanabara revela animais marinhos raros. Foto: Ricardo Gomes
Mergulho pela Baía de Guanabara revela animais marinhos raros. Foto: Ricardo Gomes
Foto: Ricardo Gomes
Leia outras notícias sobre o mundo do mergulho no OceanHub Brasil!